quinta-feira, 25 de junho de 2015

Fórum alerta para questões de segurança dos pacientes

24/06/2015 - 11:23

  • Mesa diretiva no Centro de Convenções
  • Maria Magalhães fala sobre segurança
Mesa diretiva no Centro de Convenções
Mesa diretiva no Centro de Convenções
Maria Magalhães fala sobre segurança
Maria Magalhães fala sobre segurança
No setor industrial, em períodos de crise financeira, geralmente o primeiro item a ser cortado é a segurança. Isso normalmente acontece quando a produção é privilegiada em detrimento desse item. Mas não se deve abrir mão da segurança. O desastre em que explodiu o reator da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrãnia, em 1986, foi emblemático e um marco de uma sequência de erros. Foi um teste que deu errado, muito graças ao líder da operação, que evitava ouvir as pessoas. Foram seis violações dos princípios de segurança até que o reator explodisse. Foram mais de 200 casos de envenenamento radioativo, com 30 vítimas fatais.

O comentário foi feito pela médica Maria Magalhães, neonatologista do Hospital Brigadeiro de São Paulo, com atuação na área de segurança do paciente. Sua fala aconteceu no contexto do Fórum Permanente Vida e Saúde, realizado na manhã desta quarta-feira (24) no Centro de Convenções da Unicamp, promovido pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e organizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Hospital de Clínicas (HC) e Faculdade de Ciências Médicas (FCM). 

A palestrante falou sobre “Biossegurança e cultura de segurança: o binômio fundamental na promoção do aprendizado institucional”. Segundo ela, quando o que está em jogo é a segurança do paciente, os profissionais da saúde ainda têm muita dificuldade de aprender a ouvir outras opiniões e admitir que erram. A biossegurança é constituída por um conjunto de normas que visam nortear os trabalhadores, usuários, pacientes e clientes quanto à realização de procedimentos cada vez mais seguros, orientando-os ainda quanto às medidas profiláticas e de emergência a serem tomadas em caso de acidentes. 

No Fórum, a médica relembrou a história do dano à saúde humana. Lembrou de práticas hoje impensáveis como a trepanação (abertura de um ou mais buracos no crânio), as sangrias, o tratamento da sífilis com mercúrio e arsênico. Também evocou a década de 1960, quando a talidomida causou neuropatias (doenças do sistema nervoso) e defeitos genéticos em fetos. Por isso foi tirada de circulação. Mas daí já havia sido ingerida por milhares de grávidas para tratamento de mal-estar, náuseas e vômitos. Como consequência, nasceram bebês com defeitos congênitos, com malformação de braços, pernas, mãos, dedos, orelhas, ouvido, nervos faciais e rins. “Notamos então que há grandes riscos nos limites do conhecimento e da experiência. E a ciência não tem definido o que é a melhor prática de segurança”, afirmou.

Maria Magalhães também discutiu a dificuldade de avaliar se o que está sendo feito em dado procedimento é algo bom. Em sua opinião, o resultado vai depender muito do profissional da saúde. “Mas alguns aspectos têm que ser levados em conta: a saúde tem que ter segurança, tem que ser efetiva, o cuidado tem que ser centrado no paciente, o paciente tem que estar no controle do seu tratamento, o atendimento tem que ser sem espera, deve-se evitar o desperdício e a equidade deve ser para todos”, pontuou.

De acordo com a palestrante, em 1900 foi efetuado o primeiro trabalho multicêntrico sobre danos em Nova Iorque, EUA. De 44 mil a 98 mil norte-americanos morriam a cada ano por eventos adversos. Foi montado um plano de segurança do paciente. Dez anos depois, realizou-se um outro relatório, o qual mostrou que alguns danos ocorriam e eram equivalentes, em termos de consequências, à queda de um avião jumbo por dia. Outro relatório, de 2011, do Reino Unido sugeriu que o país tinha uma média de 25% dos seus pacientes com danos.

A palestrante falou ainda sobre o conceito de erro, recordando o passado. Para ela, erro não significa falta de competência e nem é algo tão inesperado. “Esperar zero de erro é uma falha que pode indicar inclusive que não foi feita gestão de risco. Agora, quando o erro apressa a morte, é preciso ter um olhar ainda mais cuidadoso e especializado”, advertiu. “Mas todos os processos devem ser organizados de tal forma a evitar o erro”, esclareceu. Por outro lado, admitiu que um profissional que está sem dormir por causa de um longo plantão pode ter receio de notificar que cometeu um erro em uma determinada situação, porque no Brasil se vive uma cultura em que o erro é imperdoável. E tem mais: muitas notificações constrangem e expõem os colegas.

FórumParticiparam da abertura deste fórum os docentes da Unicamp José Marcos da Cunha (assessor da CGU), Roberto Teixeira Mendes (diretor-associado da FCM) e os organizadores do evento: Marcelo Lancellotti (da FCF) e Antonio Gonçalves de Oliveira Filho (FCM). O Fórum encerra às 17 horas e abordará ao longo do dia os níveis e normas de biossegurança na área da saúde, a comunicação entre os profissionais de saúde e a segurança do paciente, a cultura da segurança, os desafios na implantação da terapia medicamentosa segura e a transversalidade da segurança do paciente e profissional no processo assistencial. A série Fóruns Permanentes apresentará até o fim do ano 30 eventos, selecionados de um universo de 90.
Fonte: Portal UNICAMP

Senador Paim e Fórum da Enfermagem planejam realizar audiência pública sobre terceirização na saúde


Crédito : Julio Fernandes/ Full Time
Em reunião com o senador Paulo Paim (PT-RS), representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde – CNTS e do Fórum Nacional da Enfermagem – 30 Horas Já! solicitaram a realização de uma audiência pública no Senado para tratar exclusivamente da terceirização nos serviços de saúde. A data provável para realização do evento é dia 14 de julho.
De acordo com o secretário-geral da CNTS e coordenador do Fórum, Valdirlei Castagna, o parlamento brasileiro precisa ficar atento em relação a terceirização na saúde. “Se a terceirização for aprovada para atividade-fim, como é o caso da saúde, qual será a garantia de segurança, em todos os sentidos, do paciente?”, questionou.
Ainda segundo Castagna, os serviços ofertados nas unidades de saúde não devem ser realizados como em outras áreas. “A comida que é servida para os profissionais da construção civil, por exemplo, não pode ser a mesma servida aos pacientes dos hospitais. Cada pessoa atendida nas unidades de saúde tem uma necessidade diferente, então a dieta tem que ser diferente. Se terceirizarmos os serviços em saúde estaremos pondo em risco a integralidade dos pacientes”, disse.
Projeto de Terceirização
O texto do PL 4330 foi aprovado pela Câmara dos Deputados no mês passado, mas ainda precisa ser apreciado pelos senadores. Antes de ser encaminhado ao plenário, o projeto, que no Senado se chama PLC 30/2015, deve ser analisado pelos integrantes das comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Assuntos Econômicos (CAE), Assuntos Sociais (CAS) e Direitos Humanos (CDH).
A proposta da terceirização estava parada na Câmara havia 11 anos, e foi resgatada pelo presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Entre os pontos mais polêmicos da matéria está a emenda que permite que as empresas contratem terceirizados para atividades-fim.
Com isso, os empresários estarão autorizados a contratar funcionários terceirizados inclusive para a atividade principal da companhia. No caso de uma universidade, por exemplo, os professores também poderão ser terceirizados da mesma forma como funcionários da área de segurança.
Em audiência pública realizada no Senado dia 14 de junho, as principais lideranças dos trabalhadores e um grande número de senadores se posicionaram contrários à terceirização. Para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) o Senado não vai trabalhar com a mesma filosofia da proposta como ela foi votada na Câmara.
“Nosso papel aqui será regulamentar pra quem já é terceirizado. Não vamos transformar os outros 40 milhões de trabalhadores em terceirizados. Não podemos praticar este ‘liberou-geral’. Precisamos tirar a terceirização da zona cinzenta em que se encontra, mas sem revogar qualquer direito dos trabalhadores”, disse. 
FONTE: Portal CNTS (Com Globo)

Deputado requer votação do PL 30h

23/06/2015



PL 30h já foi aprovado em todas as comissões e aguarda votação da Câmara dos Deputados

A votação do Projeto de Lei nº. 2295/2000, que regulamenta a jornada de trabalho da equipe de enfermagem em 30 horas semanais, foi requerida pelo deputado federal Marcos Rogério (PDT/RO), através do Requerimento de Inclusão na Ordem do Dia n. 2236/2015, apresentado ontem (22) à Presidência da Câmara dos Deputados.
A regulamentação da jornada de trabalho, já estabelecida para outros profissionais de saúde, é uma reinvindicação histórica dos profissionais de enfermagem. O projeto de lei, apoiado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e entidades representativas da profissão, tramita há mais de 15 anos, tendo sido aprovado por todas as Comissões. A jornada excessiva está associada a um aumento exponencial nos erros e acidentes de trabalho, representando um risco à Saúde pública, além do desgaste profissional.
“A votação do projeto de lei não é uma realidade próxima, a atual composição do Congresso Nacional nos mostra uma conjuntura desfavorável a enfermagem, mas, o Sistema Cofen/Conselhos Regionais e as entidades representativas da Enfermagem brasileira estão mobilizados e não vão recuar”, destacou Manoel Neri, presidente do Cofen.

Fonte: Ascom - Cofen

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A enfermagem como ela é

15/06/2015

Veja, na íntegra, especial do Correio Braziliense baseada na Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil



A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) lançam pesquisa que traça o perfil da profissão no Brasil. O estudo inédito foi considerado o maior da América Latina sobre a categoria. Foram entrevistados mais de 1,6 milhão de profissionais, incluindo enfermeiros, técnicos e auxiliares. O número representa metade da classe que atua na área da saúde no Brasil. Entre as principais conclusões, estão a prevalência feminina na área e uma forte concentração na Região Sudeste. Quase 80% do quadro é formado por técnicos e auxiliares. Entre as dificuldades enfrentadas, estão o desgaste, sentido por 66% da amostra, e a violência no local de trabalho, na maioria dos casos (66%), psicológica (veja gráfico).
A coordenadora do estudo, Maria Helena Machado, 63 anos, pesquisadora da Fiocruz, identifica que o país tem um número alto de enfermeiros, formando 40 mil por ano em 2,2 mil cursos registrados pelo Ministério da Educação (MEC), mas aponta que eles preferem as áreas de gestão, chefia e magistério à atuação na assistência prática. “Os salários são reduzidos, não há condições de custear cursos de especialização, e a sobrecarga de horas de trabalho é absurda. O profissional acaba tendo que viver de bicos, com plantões e substituições para compensar o que ganha”, critica.
O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal define piso salarial de R$ 1.353,50 para 36 horas semanais, de R$ 1.503 para 40 horas semanais e de R$1.637,65 para 44 horas semanais no caso dos enfermeiros. A entidade não estabelece valores mínimos de remuneração para técnicos e auxiliares. “O SUS (Sistema Único de Saúde) não oferece condições ideais, e a qualidade é comprometida pela baixa presença de enfermeiros.” Em relação à violência, a coordenadora acredita que a maior parte é exercida por pacientes, que veem o profissional como o primeiro representante do sistema quando não recebem o atendimento desejado. “Espero que a sociedade tome consciência da realidade da enfermagem e que o governo melhore as condições de trabalho”, diz.
arte de cuidarEnfermeiros x técnicos
Para Maria Helena Machado, a predominância de técnicos (que fazem curso de 2 anos) e auxiliares (que passam por formação técnica, cuja duração varia de 12 a 18 meses) na categoria não é uma situação confortável. “Essa proporção oferece menos auxílio em atendimentos mais complexos, já que o enfermeiro estuda por cinco anos e tem conhecimentos mais aprofundados”, avalia. O coordenador do curso de enfermagem do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Henry Maia, 41 anos, explica que a escolha pela modalidade de formação não é uma questão apenas de preferência. “Há ações que podem ser executadas a nível médio, pelos técnicos, e funções mais complexas que são executadas por enfermeiros. É comum ter mais técnicos fazendo atividades básicas com enfermeiros supervisionando porque há grande volume de tarefas mais simples, e o enfermeiro, geralmente, tem muitas atribuições e acaba não exercendo as funções mais primárias.”
Apesar disso, Maia ressalta a importância de haver uma quantidade proporcional de profissionais dos dois tipos nas diversas unidades de atendimento. “O número de enfermeiros é insuficiente na maior parte das instituições e costuma ser inferior ao de técnicos e auxiliares. O Hospital Sarah Kubitschek é referência na qualidade de atendimento e tem uma quantidade bem maior, mas, no geral, ocorre o inverso.” Em Brasília — no Lago Norte e na Asa Sul —, o Sarah conta com 230 enfermeiros, 100 técnicos e 59 auxiliares de enfermagem. Em âmbito nacional — nas nove unidades, localizadas em Brasília, Salvador, São Luís, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, Macapá e Belém —, a proporção fica em 560, 127 e 108, respectivamente.
“O enfermeiro faz supervisão e gestão, mas, geralmente, não conhece a parte prática do trabalho, só a teórica. Por isso, acho que todo enfermeiro deveria ter sido um técnico primeiro para se mostrar um bom gestor”, opina Luciano Santos, 39 anos. Na carreira, porém, ele fez o caminho inverso: Luciano se graduou em enfermagem há quase duas décadas em Uberlândia e, há sete anos, foi aprovado num concurso para técnico em enfermagem. “Foi então que corri para fazer o curso de nível médio na Escola Técnica de Brasília. Acredito que existam mais técnicos do que enfermeiros no mercado porque há muito mais oportunidades de trabalho para os primeiros.” Independentemente do nível de atuação, ele se sente realizado com a atividade. “Gosto de cuidar de pessoas, de ajudá-las, então estou na profissão certa”, explica ele que trabalha no Centro de Saúde nº 4 da Estrutural.
Colega de Luciano, a técnica de enfermagem Valéria Gonçalves, 31 anos, baseou a escolha de carreira no fator financeiro. “Em uma faculdade, você tem que investir mais porque é caro e demanda mais tempo”, relata. Segundo Valéria, as funções mais pesadas, como lidar com medicações e cuidados gerais, costumam ser de responsabilidade dos técnicos. “A gente se envolve muito com os pacientes. Você cuida e vira quase família. Isso é o legal da profissão: poder ajudar alguém dessa forma.” O que faz com que ela goste do trabalho também é o que o torna estressante. “Lidamos com vidas, qualquer erro pode ser fatal”, afirma. Outro fator de estresse é a relação com os pacientes. “As pessoas querem ser atendidas, mas, às vezes, não é possível, porque a agenda está lotada. Já empurraram uma colega, ameaçarem pegar uma arma, mas o mais comum é usarem palavrões”, relata.
Luta diária
Henry Maia acredita que o estresse é inerente à profissão. “A enfermagem tem como objetivo recuperar os doentes. Você trabalha com vidas, às vezes, tem que lidar com a morte porque não foi possível salvar alguém.” A enfermeira em saúde da família do Centro de Saúde nº 4 da Estrutural Mirella Sausmikat, 27 anos, sabe bem disso. Há três anos no setor público, ela comenta que as condições de trabalho não são ideais — o horário de trabalho, geralmente com plantões de 12 horas, é desgastante, mas essa não é a pior parte do serviço. “É horrível quando você sabe que um paciente pode morrer por falta de uma medicação ou de um material que não foi entregue. Isso acaba com a gente em longo prazo”, desabafa. Mayken Castro, 38 anos, é enfermeiro no Hospital Home e acredita que a jornada de trabalho prejudica a profissão. “Você tem que ter, pelo menos, dois empregos para viver bem em Brasília, então acaba fazendo até 36 horas direto.” Para aumentar os rendimentos, outra saída é procurar capacitação. “O profissional de excelência acumula experiência e renova seus conhecimentos. É preciso juntar as duas coisas”, garante ele, que fez diversos cursos de atualização.
Estudar para crescer
Segundo a pesquisa do Cofen e da Fiocruz, boa parte dos que atuam em enfermagem procuram cursos, iniciativas do sistema Cofen, a internet ou livros e revistas para se atualizar. Na área, esse tipo de iniciativa não é apenas sinônimo de engajamento e interesse: capacitar-se é essencial para executar bem a função. “O profissional precisa se manter atualizado em relação às novidades da área e identificar processos que se tornam ultrapassados”, observa a gerente de Enfermagem do Hospital Santa Marta, Gisele Magnan, 37 anos. “Hoje, há muitos cursos, inclusive a distância, e há oportunidades para aprimorar o conhecimento de várias formas, até em sites relacionados à saúde.” Segundo Gisele, o que falta, normalmente, é motivação para investir nisso. “Os profissionais ainda precisam ser estimulados a se especializarem. Nem sempre correm atrás, por falta de condições financeiras ou de tempo.”
A gerente de Desenvolvimento de Enfermagem do Hospital Sírio-Libanês, Helen Maria Benito, 51 anos, garante que a especialização é uma necessidade básica. Mas não adianta só ter bagagem teórica: é preciso colocar a mão na massa. “Tem gente que tem muito conhecimento e o guarda para si. É preciso avaliar o desempenho prático da pessoa também”, alerta. A instituição tem unidades em São Paulo e em Brasília — na Asa Sul — e oferece bolsas de especialização, programas de desenvolvimento e cursos para o quadro de funcionários e para o público externo. Apesar da importância de reunir capacitação e experiência, não falta emprego, mesmo para recém-formados, que podem adquirir bagagem prática e de conhecimento posteriormente. “Para o cargo de técnico, contratamos mesmo sem experiência, em funções de auxílio. É uma forma de eles iniciarem a prática sem exercer atividades de maior risco”, explica a gerente.
Para enfermeiros novatos, a melhor opção a fim de entrar no mercado já se capacitando é a residência, que dura dois anos. “Hoje, contamos com 103 residentes em enfermagem, e cerca de 80% costumam ser efetivados”, estima Helen. Para a assessora técnica de Gerência de Residência de Extensão da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs), Geisa Sant’ana, 50 anos, a opção se destaca por aliar ensino e serviço. “Quando o estudante sai da faculdade, tem muitas carências e precisa complementar conhecimentos para atuar na área que escolher.” Geisa observa uma grande diferença em quem se especializa. “A habilidade, a capacidade e o interesse são outros. Quem não busca esse conhecimento a mais — não só na residência, mas com cursos e pós-graduação — acaba se tornando um profissional acomodado e desatualizado que, muitas vezes, deixa a desejar”, completa.
Não faltam vagas
A área da saúde figura como um dos principais empregadores do país, com aproximadamente 2,9 milhões de postos de trabalho, de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde do Ministério da Saúde (CNES). Desde 2012, segundo a Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), as instituições vêm promovendo 500 novas contratações ao mês. A enfermagem responde por boa parte das vagas, e os profissionais são cada vez mais demandados à medida que aumenta o número de pacientes, que cresce segundo o aumento populacional.

Reconhecidos
Pesquisa realizada pelo Connecting Nurses, plataforma da empresa farmacêutica Sanofi, com apoio do International Council of Nurses, consultou 1,5 mil pacientes em 13 países, incluindo o Brasil. Os dados relevam que duas em cada três pessoas confiam em enfermeiros. Os destaques no Brasil são que quatro em cada cinco pessoas estão satisfeitas com a interação com os enfermeiros e 81% afirmam sempre seguir as orientações desses profissionais. Patricia Morgado, gerente de Qualidade Hospitalar da Sanofi, avalia positivamente o resultado do estudo. “O alto nível de confiança mostrado está relacionado ao tipo de assistência oferecida: um acompanhamento de qualidade e com consciência”, afirma. Sobre o Dia do Enfermeiro, que foi comemorado em 12 de maio, Patricia garante que há muito a celebrar. “Estamos no caminho certo, buscando conhecimento e reconhecimento, tanto pelos pacientes quanto por outros profissionais da saúde.”
Fonte: Correio Braziliense

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Mais de 70% dos profissionais da enfermagem se sentem inseguros no trabalho

Crédito : Divulgação
Ao todo, 70% dos enfermeiros no Brasil se sentem inseguros no ambiente de trabalho. Muitos relatam que já foram ofendidos e até agredidos por pacientes e acompanhantes. Os enfermeiros contaram que em muitos casos, o motivo das agressões que eles sofrem de pacientes ou parentes é justamente a falta de estrutura. O atendimento demora por causa da falta de médicos, por exemplo, e as pessoas acabam descontam no enfermeiro. Vários desses casos vão parar na delegacia.
No Rio Grande do Norte
O caso mais recente de agressão aconteceu na capital potiguar. Um capacete foi usado para ferir a cabeça de um enfermeiro, que só queria atender os pacientes de um hospital em Natal-RN. Uma mulher testemunhou a agressão. “Coisa horrível, pessoas correndo, pessoas passando mal. Eu pulei da cama, me escondi debaixo de uma outra cama. Foi um auê nesse hospital”, conta a testemunha.
Outros pacientes reclamaram que a espera na recepção passava de três horas. Um homem e mais duas pessoas decidiram agredir o profissional de saúde. “A menina agressiva verbalmente, chamou o namorado dela e ele veio me agredir. Levei seis pontos no rosto, estou com trauma no rosto”, conta o enfermeiro agredido.
Rotina - O mais assustador é que agressões como essa não são raras, são muito frequentes. Elas fazem parte de uma rotina - que os profissionais de enfermagem conhecem há muito tempo - e que uma pesquisa acaba de traduzir em números.
A pesquisa foi feita pelo Conselho Federal de Enfermagem e pela Fundação Oswaldo Cruz para conhecer o perfil de 1,6 milhão de enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem do país. Ao todo, 19% responderam que existe violência nos lugares que trabalham e 71% afirmam que há pouca segurança. Já 66% sofrem algum tipo de desgaste profissional, seja por exposição ao risco de agressão, excesso de trabalho ou falta de estrutura para desempenharem bem suas funções.
“O cidadão já chega com uma representação que ele vai ser mal atendido, que o SUS não é bom, é deficitário, então ele já chega com uma pré-disposição de exigir o melhor possível para o atendimento dele. Ele entende que o direito dele também é chegar com violência na exigência dos seus direitos, e o primeiro a receber esse tipo de reivindicação é o profissional de enfermagem”, afirma o vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, Mauro Dias da Silva.
O conselho acredita que mudanças na profissão e no atendimento público de saúde podem mudar o cenário, mas a longo prazo. Por enquanto, tem certeza de que enfermeiros, técnicos e auxiliares vão continuar sendo vítimas, como uma profissional que tem medo de ser identificada. “Às vezes do nada, a gente leva um soco, um empurrão. Acontece bastante”, diz.
Entre aqueles que responderam que já sofreram violência no trabalho, 66% disseram que a violência psicológica é a mais frequente. A pesquisa também mostrou que 84,6% dos profissionais de enfermagem são mulheres. 
(Fonte: Bom Dia Brasil - Globo)

Representações internacionais: a importância de trocar informações com Entidades de outros países

O Global Nurses United (GNU), ou Unidade Global de Enfermeiros, em português, foi criado com o objetivo de trabalhar em conjunto para proteger os pacientes, as profissões, todo o trabalho e todos os direitos sindicais, comunidades, trabalho, saúde e meio ambiente.
É um grupo formado por entidades de todo o mundo e, no Brasil, a Federação Nacional dos Enfermeiros, representada pela presidente Solange Caetano, fez parte da sua criação e hoje compõe sua diretoria.
Entre as missões do GNU estão a oposição a qualquer tipo de ação nociva as nações, as pessoas e aos trabalhadores da Enfermagem, o combate a privatização dos sistemas públicos de saúde e dos cortes no setor. Há também a luta para que os enfermeiros de todos os países possam garantir um atendimento seguro a seus pacientes, com condições laborais adequadas e remunerações dignas.
“Em todos os encontros que realizamos é comum a situações dos enfermeiros e enfermeiras: extensivas jornadas de trabalho, salários abaixo do adequado, além dos casos de adoecimento e exposição à riscos que, por mais que cada país tenha sua particularidade (ebola, dengue, etc), é igual o fator que não há uma proteção a esses profissionais”, comenta Solange Caetano, presidente do SEESP e da FNE, e membro do GNU.
Fazer parte de representações internacionais traz um peso as entidades, mas principalmente, mostra que o mundo sindical vai além do território nacional e a luta pelos trabalhadores é geral.
17º Convenção Bi-Annual 2015 da Federação Canadense dos Sindicatos dos Enfermeiros: de 1 a 6 de junho aconteceu, em Hallifax, no Canadá, a 17º Convenção Bi-Annual 2015 da Federação Canadense dos Sindicatos dos Enfermeiros que reuniu cerca de mil participantes canadenses, além de enfermeiros dos EUA, Inglaterra, Chile, Grécia e Irã.
A enfermagem Brasileira teve voz para expressar as suas demandas e desafios neste evento, bem como trocar experiências, por meio da presidente da Federação Nacional de Enfermeiros (FNE) e presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP), Solange Caetano.
Única representante do Brasil, Solange Caetano, foi convidada para apresentar o cenário da Enfermagem no eixo que teve o tema “Uma perspectiva global de saúde” e contou com a presença dos presidentes do Sindicato dos Enfermeiros dos Estados Unidos, Filipinas e Grécia.
Vale ressaltar que a representação sindical dos enfermeiros brasileiros em eventos internacionais tem aumentado nos últimos anos, pois a conquista desta representatividade é uma das metas da FNE, que busca evidenciar as autoridades brasileiras a importância da Convenção 149 da Organização Internacional do Trabalho, que dispõe sobre o Emprego e Condições de Trabalho e de Vida do Pessoal de Enfermagem.
“Representar os milhões de profissionais de Enfermagem do Brasil em uma atividade desse porte é uma grande alegria, mas também uma grande responsabilidade. Falar sobre a nossa realidade é importante e a troca de informações é muito útil, mas é interessante ver que alguns pontos são comuns em outros países, como as más condições de trabalho e sobrecargas de jornada”, comentou Solange.

Assista o vídeo da apresentação de Solange Caetano: Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=xod2P88ku88&feature=youtu.be
Conheça as Entidades filiadas ao GNU em todo o mundo:
Australia
Australian Nursing Federation
ANF Victoria Branch
New South Wales Nurses and Midwives Association
Queensland Nurses Association
Brasil
Federação Nacional dos Enfermeiros
Canadá
Canadian Federation of Nurses Unions
Fédération interprofessionnelle de la santé du Québec
Costa Rica
Associacion Nacional de Profesionalies en Enfermeria
República Dominicana
La Asociación Enfermera del Instituto Dominicano del Seguro Social, IDSS
Sindicato Nacional de Trabajadores de Enfermeria
Guatemala
Sindicato Nacional de los Trabadores de Salud de Guatemala
Grécia
Panhellenic Federation of Nurses (PASONOP)
Honduras
Asociation Nacional de Enfermeras/os Auxiliares de Honduras
Irlanda
Irish Nurses and Midwives Organisation
Israel
National Association of Nurses
Quênia
Kenyan National Union of Nurses
 Paraguai
La Asociación Paraguaya de Enfermeras
Filipinas
Alliance of Health Workers
África do Sul
Democratic Nursing Organisation of South Africa
Córeia do Sul
Korean Health and Medical Workers Union
Taiwan
Taiwan Nurses Union
Estados Unidos
National Nurses United
Uruguai
Sindicato Unico de Enfermeria del Uruguay
FONTE: Portal FNE

segunda-feira, 1 de junho de 2015

CONCE- I Congresso Nacional Científico dos Enfermeiros - FNE

 I Congresso Nacional Científico dos 

Enfermeiros

As inscrições para o I Congresso Nacional Científico dos Enfermeiros - CONCE da FNE já estão abertas!
Acesse www.conce.com.br e confira os prazos e valores também para inscrição de trabalhos.