terça-feira, 8 de setembro de 2015

CONCE ATRAI CERCA DE MIL INSCRITOS COM PALESTRAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS


Postado em 05/09/2015
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Discutir os problemas que afetam os profissionais de enfermagem para criar soluções. Conhecer seus desafios e fomentar novas reflexões acerca da formação e do mercado de trabalho foram os resultados do I Congresso Cientifico dos Enfermeiros (CONCE), que se encerrou nesta sexta-feira (03), no Centro de Convenções, em Olinda. Nos três dias de evento, cerca de mil inscritos participaram das 26 palestras e outras dezenas de apresentações de trabalhos acadêmicos e exposições relacionados ao tema.
“Acho que o evento cumpriu seu papel, que era levar informação para os enfermeiros sobre a saúde do trabalhador, de que é preciso entender seus direitos, de como ele pode exercer a cidadania. O CONCE foi de alto nível, com participação do público nas palestras”, afirmou a presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), Solange Caetano. Um sorteio de livros sobre os projetos de lei relacionados à profissão e que estão em tramitação no Congresso fechou com chave de ouro as atividades do congresso.
O estudante de enfermagem Lazaro Ramos disse que o conteúdo dos seminários foi importante porque será levado para o local de trabalho. “Foram bastante produtivas porque você tem como absorver as informações. Vi uma palestra sobre a enfermagem no trabalho, onde o professor falou dos quantitativos necessários de funcionário que cada empresa deve ter, segundo a lei. Isso é importante porque muitas vezes o patrão não quer colocar as legislações em prática e com esse conhecimento você já pode cobrar isso dele”, ressaltou.
A enfermeira Kelly Lemos, que também participou do congresso, avaliou que é um evento inovador com foco na segurança do paciente e do trabalhador. “Vão contribuir para o trabalhador porque os palestrantes trouxeram muitos exemplos concretos e científicos. Houve o integração da prática com a teoria”. Já o coordenador do curso de enfermagem da Universidade Maurício de Nassau, Apolonio Alves, destacou o olhar que se teve para o profissional como pessoa e a necessidade de se repensar a atuação dele nas diversas áreas do conhecimento. “A parti daí deveríamos começar a pontuar e fazer abordagens cientificas do que acontece na prática. É a reprodução da saúde através do sistema científico”, opinou Alves.
Temáticas
Realizados simultaneamente, as palestras sobre a convenção 149 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estabelece normas nas condições de trabalho e vida do pessoal de enfermagem, e sobre as notificações de acidentes de trabalho e os procedimentos pós-notificação abriram o ciclo de debates nos auditórios Tabocas e Petrolina, respectivamente. Ambos espaços estavam lotados e novidade ficou por conta da tecnologia. É que a primeira foi ministrada via Skype pela docente Christiane Wiskow, de Genebra. Os participantes receberam um equipamento de áudio e puderam ouvir a tradução sincronizada.
Ainda não ratificado pelo Brasil, a convenção 149 é vista como uma esperança de melhoria para a categoria. Ela prevê ainda instrumentos contra a discriminação e para a efetivação da liberdade sindical, direito de negociação coletiva, da jornada de trabalho adequada, das férias anuais, entre outros aspectos. “Um dos aspectos importantes é que o documento dá voz aos enfermeiros, promove a participação deles no planejamento dos serviços prestados, facilita as consultas com pessoal quanto à formulação de diretrizes e na tomada de decisões. É muito importante se ter em mente que a legislação de remuneração e salubridade deve ser adotada ao ambiente de trabalho”, afirmou.
As discussões sobre o cenário mundial da enfermagem permaneceram na segunda mesa redonda realizada no auditório Tabocas, onde o foco foi a saúde do trabalhador. Para a presidente da Associação paraguaia de enfermeiros e do Conselho de Enfermagem da América do Sul, María Concepción Cháves, do Paraguai, a situação dos profissionais não é mais própria de um único país ou região, ela transcende fronteiras. “Hoje os problemas são iguais. Não podemos escapar à realidade de um continente. Este congresso é importante porque ele traz temas sensíveis sobre os enfermeiros também no contexto internacional”, destacou a dirigente. Já a presidente da FNE, Solange Aparecida Caetano, falou do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e de sua repercussão na melhoria das condições de trabalho. “Precisamos se unir porque se não tiver enfermeiro, não haverá saúde nem no Brasil, nem em lugar nenhum do mundo”, acrescentou.
Há 24 anos na profissão, a enfermeira Giuditte Caldas afirmou que a mesa redonda é uma forma de atualização do conhecimento não só local, mas também internacional. “Estamos conseguindo isso em um bom nível, de forma abrangente, graças a diversidade de temas”. Outros assuntos debatidos foram a importância do uniforme na prevenção de doenças ocupacionais e segurança do enfermeiro e a relação entre o trabalho e a fadiga, bem como os distúrbios do sono.
Os desafios para o trabalho, com aprofundamento nas recomendações da Organização Mundial de Saúde sobre a jornada de trabalho, no cumprimento da Norma Reguladora (NR) 32, criada para garantir as condições de segurança, e nos projetos de lei que estão em tramitação na Câmara de Deputados e Senado e que podem trazer melhorias na qualidade de vida dos profissionais fecharam as palestras no auditório Tabocas. “São temas que mexem com o profissional, ajuda na luta pelos seus direitos e o conscientiza de que não há o que temer, o importante é negociar, com o empregador, com o sindicato. Acho que os enfermeiros podem, depois de todas as orientações técnicas ouvidas no CONCE e agora vendo a batalha no Congresso e as normas regulamentadoras, voltar-se para a busca do que ainda não foi estruturado em negociação”, disse a auditora fiscal do Ministério do Trabalho de São Paulo, Alyza Gudin.
Auditório Petrolina
As questões técnicas não ficaram de fora das atividades e ficaram concentradas nas palestras realizadas no auditório Petrolina. A primeira foi ministrada pelas docentes Christiane Costa e Tânia Makluf, trouxe informações de como os enfermeiros devem proceder em casos de acidentes de trabalho, como devem fazer as notificações, quais procedimentos devem adotar no pós-notificação e as consequências que estas práticas podem trazer.
Os problemas de saúde causados pela manipulação inadequada e manual do paciente foi o tema do seminário “Ergonomia e equipamentos que minimizam os riscos para os profissionais de enfermagem”, com o enfermeiro e docente, Márcio Neres. Ele fez um alerta para o fato de 12% dos enfermeiros deixarem, anualmente, a profissão por causa de lesões na coluna. Um terço desses problemas estão associadas a forma que os trabalhadores exercem suas atividades.
A formação e o mercado de trabalho, bem como a relevância dos instrumentos coletivos de trabalho na saúde do trabalhador foi assunto explanado pelos docentes Aldiney José Doreto e Elisabete Guse. O principal desafio hoje para o profissional se voltar para a área acadêmica é a falta de tempo, devido às altas jornadas que os enfermeiros muitas vezes são obrigados a dar.
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Fonte: Portal FNE

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