terça-feira, 30 de julho de 2013

Ato Médico: profissionais da saúde criam agenda de mobilização pela manutenção dos vetos da presidenta Dilma

Agosto começa com agenda repleta de ações para as categorias da saúde. Entidades profissionais, sindicais e movimento social ligadas à saúde promovem um Ato Nacional na terça-feira (6/8), em Brasília, com concentração, às 8 horas, em frente à Biblioteca Nacional, e saída às 10 horas rumo ao Congresso Nacional.

Eles pedem a manutenção do veto presidencial à Lei 12.842/2012, conhecida como Ato Médico, que regulamenta o exercício da medicina. Em trâmite há onze anos, a matéria tem sido questionada por limitar a atuação de outros profissionais da saúde.

Já no dia 5, às 15 horas, no Congresso Nacional, será feita a entrega das assinaturas coletadas pelo movimento Saúde+10 – que pretende criar um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que assegure o repasse efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública brasileira. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou que irá interromper a sessão do plenário para receber as (os) profissionais da saúde.

Na ocasião, haverá uma mobilização com distribuição de panfletos pedindo a manutenção do veto ao Ato Médico, com objetivo de sensibilizar os parlamentares para aprovarem a Lei da forma como está.

O dia 20 de agosto também será marcado por uma vigília na Capital Federal. A manifestação contará com a presença de profissionais da saúde no Congresso para o acompanhamento da deliberação do veto presidencial, que está prevista para acontecer nesta data, de acordo com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Mais ações

Campanha de esclarecimento da população nos locais de trabalho em todo País acontece no dia 29 de julho, quando serão fornecidos esclarecimentos à população sobre a importância da manutenção dos vetos ao Ato Médico. Já no dia 1º de agosto, será marcado como Dia Nacional da Paralização dentro dos ambientes de trabalho, onde profissionais vão dialogar com a população sobre os vetos presidenciais.

As datas serão marcadas pelo uso de camisetas e fitas verdes simbolizando o apoio ao trabalho em equipe multiprofissional, além da distribuição de panfletos.

Na quarta-feira (7/8), às 15h, as mobilizações serão em frente às assembleias legislativas dos estados.

Manifeste-se pela internet

Além da presença nas ruas, interessados (as) em manifestar apoio aos vetos presidenciais, podem fazê-lo pela internet. Foram organizadas duas formas de contribuição com objetivo de dar força e voz ao movimento, um manifesto e uma petição pública.

O manifesto é enviado aos parlamentares e frisam a defesa aos vetos presidenciais, que já conta com aproximadamente 1,8 mil assinaturas (para enviar, clique aqui).

A petição pública: 100 mil pela saúde – abaixo-assinado pela manutenção do veto parcial da presidenta Dilma Rousseff ao PL do Ato Médico, para o Congresso Nacional. Mais de 8 mil pessoas assinaram (para assinar, clique aqui). A meta é chegar a 100 mil adesões.

Programe-se!

29/7 – mobilização nos espaços de trabalho;

1º/8 – paralisação das atividades para diálogar com a população sobre os vetos presidenciais;

5/8 às 15h – distribuição de panfletos e manifestação no Congresso Nacional durante a entrega das assinaturas do movimento Saúde+10;

6/8 às 8h – Ato Nacional pela manutenção dos vetos ao Ato Médico em frente na Biblioteca Nacional rumo ao Congresso Nacional;

7/8 às 15h – mobilizações em frente às assembleias legislativas dos estados;

20/8 – vigília junto ao Congresso Nacional.



sexta-feira, 26 de julho de 2013

MARCHA DOS CEM MIL EM BRASILIA - MANTER OS VETOS PL DO ATO MÉDICO

MARCHA DOS CEM MIL EM BRASILIA - MANTER OS VETOS  PARA UMA SAÚDE MELHOR!


DATA: Terça, 6 de agosto de 2013 HORÁRIO: 10:00

LOCAL: BIBLIOTECA NACIONAL NA OCA DO NYEMAIER - BRASÍLIA



A Dilma Vetou, agora o PL será encaminhado para o Congresso Nacional, que tem 30 dias para analisar os pontos suprimidos da lei antes que ela seja promulgada.


O Ato Médico: É um projeto de lei que define o exercício da medicina, uma atualização em sua regulamentação, que gerou polêmica devido a característica de reserva de mercado e hierarquização da medicina sobre as demais profissões da saúde, desrespeitando assim, toda bagagem e ascensão técnico-científica dos profissionais da saúde. 


A tramitação: Com 12 anos de tramitação, o PL chega ao "fim" nas próximas semanas. Com uma bancada médica forte nas comissões e senado, o PL avançou e graças as forças populares, em ações conjuntas de entidades e profissionais, muito se "conquistou", derrubando alguns pilares do monopólio do CFM dentro do projeto.


Manifestações: Durante toda tramitação, muitas manifestações foram realizadas, dando destaque para Maio de 2012, onde as entidades ocuparam Brasília, em Junho pelo dia Contra o Ato Médico e também não esquecendo que o Ato Médico foi uma das 13 reivindicações GERAIS DA NAÇÃO, em uma carta entregue para Dilma durante os manifestos de Junho.




#VemPraBrasíliaVem
#ValeuDilma
#MantenhamOsVetos
#AtoMédicoNão

Pela manutenção dos vetos da Dilma - Projeto de Lei do Ato Médico

Vamos compartilhar. 

As 14 categorias profissionais da saúde afetadas estão convidadas. 

Convidamos, ainda, todos os estudantes de enfermagem, nutrição, assistência social, fisioterapia, psicologia e outros! 

Vamos unir as categorias no acre em defesa dos vetos parciais ao Ato Médico!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Reunião de entidades da saúde define agenda para mobilização a favor dos vetos ao Ato Médico

A reunião teve o objetivo de organizar      uma agenda unificada para reafirmar o    posicionamento das entidades


Em reunião realizada hoje, dia 22 de julho, na sede da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), representantes de entidades da saúde e movimentos sociais discutiram estratégias e ações de mobilização para a manutenção dos vetos à Lei do Ato Médico.

No último dia 10 de julho, a presidente Dilma Rousseff vetou parcialmente o PL do “Ato Médico”. O Conselho Federal de Medicina e demais representações médicas se manifestaram contra os vetos e, desde então, estão trabalhando para derrubar os vetos no Congresso Nacional. A reunião teve o objetivo de organizar uma agenda unificada para reafirmar o posicionamento das entidades e a importância da manutenção dos vetos.

Participaram representantes do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), Associação Nacional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (ANATEN), Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), Conselho Federal de Biologia (CFBio), Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria (CBOO), Conselho Federal de Farmácia (CFF), Conselho Federal de Nutrição (CFN), além de representantes de movimentos sociais.

[Atualizada em 25/07]: Em nova reunião realizada nesta quarta-feira (24) na sede do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), as entidades da saúde reunidas reafirmaram seu apoio a decisão de veto da presidenta Dilma Rousseff e ressaltaram a importância da participação das entidades regionais na mobilização de seus profissionais. Novas ações e estratégias estão previstas para as próximas semanas, com o objetivo de sensibilizar os parlamentares e mostrar a importância da manutenção dos vetos.


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Enfermeiros de João Pessoa têm jornada reduzida para 30 horas semanais



18/07/2013



A medida atinge 953 profissionais da área de enfermagem do município


A prefeitura de João Pessoa (PB) assinou, nessa terça-feira (16), uma regulamentação que reduz para 30 horas semanais a jornada de trabalho de 953 profissionais de enfermagem, sendo 309 enfermeiros e 644 técnicos em enfermagem.

A medida é comemorada pela categoria, que destaca que a carga horária é uma luta nacional, considerando que a ação seja um sinal de valorização e respeito.

A presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Eva Vicente, disse que os enfermeiros estão acostumados a rotinas desgastantes e pouco tempo para investir em si mesmos, buscando capacitações ou especializações. “Por isso, esse é um grande benefício também para a população.”

A redução da jornada já provocou a necessidade de contratar mais profissionais da área por meio de concurso público.

A prefeitura da capital paraibana ressalta que a regulamentação é a garantia de que os enfermeiros poderão passar mais tempo com a família, com os amigos e buscar qualificação, o que vai refletir no atendimento da população.

Fonte: Ascom/Cofen (com informações do G1)


Enfermeiros trabalham 18 horas a mais

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Movimento Saúde + 10: Anteprojeto de lei será entregue na Câmara dia 5 de agosto

Movimento Saúde + 10
Anteprojeto de lei será entregue na Câmara dia 5 de agosto

Com mais de 1,5 milhão de assinaturas, mais que o exigido pela Constituição Federal, o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública – Saúde+10 vai apresentar na Câmara dos Deputados, dia 5 de agosto, o anteprojeto de lei de iniciativa popular que propõe o repasse efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública. A proposta visa alterar a Lei Complementar 141/12, que regulamentou a Emenda Constitucional 29/00, que dispõe sobre a destinação de recursos para a saúde pela União, estados, municípios e o Distrito Federal. Os 10% reivindicados significam cerca de R$ 43 bilhões a mais no orçamento anual da saúde.
 
A data foi marcada pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em resposta ao ato do Movimento Saúde + 10, que instituiu o dia 10 de julho como o Dia Nacional da Mobilização pela Coleta de Assinaturas. A manifestação foi feita durante o XXIX Congresso das secretarias Municipais de Saúde - Conasems, realizado em Brasília. “Vou receber a proposta em plenário, durante a sessão”, ressaltou Henrique Alves, que prometeu defender a tramitação do projeto em regime de prioridade.
 
Durante o ato, houve o lançamento da minuta do anteprojeto de lei, elaborado em conjunto pelo Conselho Nacional de Saúde, conselhos nacionais de secretários estaduais e municipais de saúde – Conass e Conasems –, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e Ordem dos Advogados do Brasil - OAB. Integram o Saúde + 10 mais de cem entidades sindicais, entre elas a CNTS, de classe e movimentos sociais. O movimento foi criado há um ano e desde então vem coletando assinaturas por todo o país.
 
“Trata-se de uma reivindicação fundamental para a sociedade, no que se refere a melhorar a assistência prestada aos usuários do Sistema Único de Saúde. Desde 2000 carregamos a bandeira por mais recursos para a saúde; tivemos a aprovação da Emenda 29 e a regulamentação pela Lei Complementar 141 que, no entanto, não estabeleceu o percentual de 10% das receitas da União”, avalia o presidente da CNTS, José Lião de Almeida. A Lei 141 define que estados e municípios devem aplicar 12% e 15% de suas receitas, respectivamente, em ações e serviços de saúde. Para o governo federal manteve a destinação de recursos de acordo com a variação do Produto Interno Bruto - PIB. (Com CNS)

FONTE: CNTS

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Pela manutenção dos vetos da Dilma: Ato Médico

Equipe Multiprofissional de Saúde e Povo Brasileiro,

VAMOS TODOS JUNTOS, FAZER VALER A NOSSA VONTADE!

Pela manutenção dos vetos da Dilma:  Ato Médico


Clique no link abaixo:

Assine e divulgue!

ACESSE TAMBÉM O SITE DO SENADO FEDERAL!

PREENCHA O FORMULÁRIO E ENVIE SUA MENSAGEM PARA TODOS OS SENADORES:


MENSAGEM:

Solicitamos a manutenção integral do veto parcial, decidido pela Exma Sra Presidenta da República, Dilma Vanna Rousseff, por contrariedade ao interesse público, ao Projeto de Lei n. 268, de 2002 (n. 7.703/06 na Câmara dos Deputados), que "Dispõe sobre o exercício da Medicina". 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Saúde comemora: presidenta Dilma veta parcialmente o Ato Médico.

by  on 11 de julho de 2013 in Notícias

O veto parcial atendeu as diversas reivindicações das categorias profissionais e da sociedade. Um dos principais pontos vetados foi a formulação de diagnóstico nosológico e prescrição terapêutica, que no projeto era exclusividade dos médicos.

Dilma atendeu aos pedidos da sociedade e das profissões da saúde
Confira as razões para o veto, publicadas no blog do planalto:
“Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da Constituição, decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse público, o Projeto de Lei no 268, de 2002 (no 7.703/06 na Câmara dos Deputados), que “Dispõe sobre o exercício da Medicina”.
Ouvidos, os Ministérios da Saúde, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e a Secretaria-Geral da Presidência da República manifestaram-se pelo veto aos seguintes dispositivos:
Inciso I do caput e § 2o do art. 4o
“I – formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica;”
“§ 2o Não são privativos do médico os diagnósticos funcional, cinésio-funcional, psicológico, nutricional e ambiental, e as avaliações comportamental e das capacidades mental, sensorial e perceptocognitiva.”
Razões dos vetos
“O texto inviabiliza a manutenção de ações preconizadas em protocolos e diretrizes clínicas estabelecidas no Sistema Único de Saúde e em rotinas e protocolos consagrados nos estabelecimentos privados de saúde. Da forma como foi redigido, o inciso I impediria a continuidade de inúmeros programas do Sistema Único de Saúde que funcionam a partir da atuação integrada dos profissionais de saúde, contando, inclusive, com a realização do diagnóstico nosológico por profissionais de outras áreas que não a médica. É o caso dos programas de prevenção e controle à malária, tuberculose, hanseníase e doenças sexualmente transmissíveis, dentre outros. Assim, a sanção do texto colocaria em risco as políticas públicas da área de saúde, além de introduzir elevado risco de judicialização da matéria.
O veto do inciso I implica também no veto §2º, sob pena de inverter completamente o seu sentido. Por tais motivos, o Poder Executivo apresentará nova proposta que mantenha a conceituação técnica adotada, porém compatibilizando-a com as práticas do Sistema Único de Saúde e dos estabelecimentos privados.”
Os Ministérios da Saúde, do Planejamento, Orçamento e Gestão e a Secretaria-Geral da Presidência da República opinaram, ainda, pelo veto aos dispositivos a seguir transcritos:
Incisos VIII e IX do art. 4o
“VIII – indicação do uso de órteses e próteses, exceto as órteses de uso temporário;
IX – prescrição de órteses e próteses oftalmológicas;”
Razões dos vetos
“Os dispositivos impossibilitam a atuação de outros profissionais que usualmente já prescrevem, confeccionam e acompanham o uso de órteses e próteses que, por suas especificidades, não requerem indicação médica. Tais competências já estão inclusive reconhecidas pelo Sistema Único de Saúde e pelas diretrizes curriculares de diversos cursos de graduação na área de saúde. Trata-se, no caso do inciso VIII, dos calçados ortopédicos, das muletas axilares, das próteses mamárias, das cadeiras de rodas, dos andadores, das próteses auditivas, dentre outras. No caso do inciso IX, a Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde já reconhecem o papel de profissionais não médicos no atendimento de saúde visual, entendimento este que vem sendo respaldado no País pelo Superior Tribunal de Justiça. A manutenção do texto teria um impacto negativo sobre o atendimento à saúde nessas hipóteses.”
Incisos I e II do § 4o do art. 4o
“I – invasão da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos;
II – invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos;”
Razões dos vetos
“Ao caracterizar de maneira ampla e imprecisa o que seriam procedimentos invasivos, os dois dispositivos atribuem privativamente aos profissionais médicos um rol muito extenso de procedimentos, incluindo alguns que já estão consagrados no Sistema Único de Saúde a partir de uma perspectiva multiprofissional. Em particular, o projeto de lei restringe a execução de punções e drenagens e transforma a prática da acupuntura em privativa dos médicos, restringindo as possibilidades de atenção à saúde e contrariando a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde. O Poder Executivo apresentará nova proposta para caracterizar com precisão tais procedimentos. “
Incisos I, II e IV do § 5o do art. 4o
“I – aplicação de injeções subcutâneas, intradérmicas, intramusculares e intravenosas, de acordo com a prescrição médica;
II – cateterização nasofaringeana, orotraqueal, esofágica, gástrica, enteral, anal, vesical, e venosa periférica, de acordo com a prescrição médica;”
“IV – punções venosa e arterial periféricas, de acordo com a prescrição médica;”
Razões dos vetos
“Ao condicionar os procedimentos à prescrição médica, os dispositivos podem impactar significativamente o atendimento nos estabelecimentos privados de saúde e as políticas públicas do Sistema Único de Saúde, como o desenvolvimento das campanhas de vacinação. Embora esses procedimentos comumente necessitem de uma avaliação médica, há situações em que podem ser executados por outros profissionais de saúde sem a obrigatoriedade da referida prescrição médica, baseados em protocolos do Sistema Único de Saúde e dos estabelecimentos privados.”
Inciso I do art. 5o
“I – direção e chefia de serviços médicos;”
Razões dos vetos
“Ao não incluir uma definição precisa de ‘serviços médicos’, o projeto de lei causa insegurança sobre a amplitude de sua aplicação. O Poder Executivo apresentará uma nova proposta que preservará a lógica do texto, mas conceituará o termo de forma clara.”
Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar os dispositivos acima mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional.”


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Mesa de Debates: Jornada de 30 Horas para a Enfermagem - Campinas-SP

Jornada de 30 Horas para a Enfermagem em discussão:

O mandato do vereador Pedro Tourinho realizou o debate 30 Horas Já, para discutir a redução da jornada de trabalho semanal dos profissionais de enfermagem, em tramitação no Congresso Nacional. 

O debate foi realizado no dia 4 de julho, no Plenário da Câmara Municipal de Campinas. 

Participei da Mesa de Debates enquanto Presidente do Grupo de Trabalho para analisar e propor as providências a serem tomadas visando à implantação da jornada de 30 horas para os profissionais que atuam diretamente nas atividades de assistência realizadas na área da saúde da UNICAMP.

Portaria GR - Gabinete do Reitor - 046/2013

Enfº Adilton Dorival Leite

terça-feira, 2 de julho de 2013

Veta Dilma!


Faça parte dessa corrente. Assine a petição - DILMA, VETE O ATO MÉDICO. 










30 HORAS para a ENFERMAGEM JÁ!

VETA DILMA!

VAMOS PRESIDENTA DILMA VETA ESSE ATO MÉDICO!!!

‘Revoltas’ decretam o fim do ciclo de redemocratização, diz docente


























Quando manifestações começaram, no início de junho, professor de filosofia terminava livro sobre a história política do Brasil e utilizou esforço para decifrar a voz das ruas

“O país já mudou”, afirma Marcos Nobre, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, autor de livro (e-book) que acaba de ser lançado sobre a onda de protestos que tomou conta do país nas últimas semanas. “As pessoas perguntam: aonde vai dar esse movimento? Já deu em algum lugar. A cabeça das pessoas mudou, a cultura do país mudou. Sobretudo, mostrou que a cultura política que está na sociedade, essa cultura democrática, está muito mais avançada que a do sistema político brasileiro”, explica.
“Choque de Democracia – Razões da Revolta” foi escrito em dez dias, no calor dos acontecimentos, mas como desdobramento de um trabalho maior que Nobre realiza sobre a história política do Brasil, analisando o período entre 1979 e a eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010, e que resultará em um livro a ser lançado no segundo semestre. Segundo o professor, os acontecimentos de hoje marcam o final da fase que ficou conhecida como “redemocratização”. Leia a entrevista:
Jornal da Unicamp – Por que o senhor deu ao livro o nome “Choque de Democracia”?
MARCOS NOBRE – Há um discurso no Brasil, durante décadas, desde 1989, no qual essa palavra “choque” vem sendo usada. Houve o “choque de capitalismo”, o “choque de gestão” e, durante as manifestações, houve a “tropa de choque”. A palavra é usada sempre num sentido que não inclui a democracia, essas forças vivas da sociedade, como se fosse necessário ao sistema político ter um choque para se organizar.
JU – E agora ocorreu um choque no sentido contrário?
NOBRE – Exatamente isso. Queria usar essa ideia. Esse choque veio de onde não esperavam. Trata-se, justamente, de um choque de democracia. Não é um choque de gestão, não é um choque de capitalismo nem tropa de choque. Tínhamos um travamento do sistema político que foi rompido com esse choque.
JU – E por que as manifestações foram chamadas de “Revoltas de Junho”? Que elementos essas mobilizações possuem para serem consideradas revoltas?
NOBRE – Existem canais que são de protesto. Protestos são coisas que ocorrem normalmente em uma democracia. Então, a expressão mais óbvia seria: “protestos de junho”. Mas, na verdade, é um pouco mais que isso. É o fato de que a sociedade não estava encontrando caminhos para expressar o seu protesto, a sua insatisfação, da maneira como o sistema político estava operando, e se revolta também contra essa falta de canais de expressão. Quando aconteceu a repressão policial, as pessoas se disseram: ‘não conseguimos mais influenciar esse retorno político, de maneira alguma; ele se fecha nele mesmo, funciona segundo suas próprias regras e não presta conta à sociedade; e quando tentamos, o sistema quer, ainda por cima, soltar a polícia’.
É uma revolta pelo direito de se manifestar, pela abertura de canais entre a sociedade e o sistema político. Por isso, é mais do que um protesto. Coloquei no plural [revoltas] e isso é muito importante, porque não há uma unidade de reivindicações, de foco, a organização é diferente. As pessoas estão expressando insatisfações de muitos tipos, de muitos níveis, como posso encontrar uma unidade e um traço de união? O que encontrei foi essa revolta contra o sistema, tal como ele está operando, com essa blindagem contra a influência da sociedade.
JU – Em quanto tempo o senhor produziu o livro e como trabalhou nele?
NOBRE – Faz seis anos que estou produzindo um livro da história política do Brasil, de 1979 até a eleição da Dilma Rousseff (2010). Quando estava nos últimos ajustes, eclodiram as revoltas. Houve uma coincidência muito impressionante. No livro, tentava mostrar como e por que, de que maneira, esse sistema foi se fechando nele mesmo, foi se blindando contra as ruas. No final, eu dizia que isso não ficaria assim. Não é possível que fique assim, porque numa democracia você precisa ter canais abertos para mudar e alterar o sistema político. É como se as ruas tivessem atropelado os últimos parágrafos do meu livro. Deixei de lado o livro, que deve sair no segundo semestre, e passei a usar as análises que fiz durante os seis anos para entender esses protestos. Foi como se tivesse construído certa sistematização teórica na qual achava possível compreender o que estava ocorrendo. Por isso, foi possível fazer o trabalho em dez dias.
JU – É isso, essa blindagem, que o livro destaca como sendo “peemedebismo”?
NOBRE – “Peemedibismo” é o nome que dou para essa blindagem do sistema contra a sociedade.
JU – Como poderíamos definir o “peemedebismo”?
NOBRE – O impeachment do presidente Fernando Collor é um marco muito importante [1992] no processo de redemocratização do país. Por um lado, esse processo mostrou que as ruas queriam retomar o poder que achavam ter sido usurpado, mal utilizado. De outro lado, pelo sistema político, houve certo pânico. Lembrando que tivemos uma transição ‘morna’ para a democracia, pactuada pelas elites. No momento do impeachment, essas elites, que pactuaram a transição, ‘disseram’: “como faremos para nos proteger contra isso, porque não é possível que toda a hora que um presidente for mal, as pessoas irão às ruas e retiram o mandato”. Foi uma estratégia defensiva.
Manifestantes protestam em frente ao Congresso, em Brasília, em 20 de junho
JU – E como foi construída essa blindagem?
NOBRE – De forma progressiva. Boa parte da opinião pública aceitou a versão de que o presidente caiu porque não tinha base parlamentar suficiente. Daí nasceu o mito das “supermaiorias”, de que é necessário, para qualquer governo se manter e não sofrer impeachment, construir não só a maioria, mas a supermaioria, alguma coisa que atinja para além dos três quintos de votos necessários para fazer reformas constitucionais. Assim, o sistema político podia continuar operando como sempre e, ao mesmo tempo, com o fato de que os governos eleitos estariam presos a essa supermaioria, todo presidente teria a obrigação de fazer um pacto com esse sistema político.
JU – E por que o senhor chama isso de “peemedebismo”?
NOBRE – Porque o PMDB foi quem primeiro, na década de 80, inventou essa “tecnologia”. Se olhar o resultado da eleição de 1986, verá que o PMDB elegeu a maioria esmagadora na Assembleia Nacional Constituinte, em aliança com o PFL, que tinha feito a Aliança Democrática para eleger Tancredo Neves. Ali se criou na Constituinte uma coisa chamada “Centrão”, que era justamente uma maneira de neutralizar ao máximo as reinvindicações populares. Esse sistema elitista queria dar um jeito de impedir que essas forças de transformação se unificassem. O “peemedebismo” nasce um pouco daí. Na verdade, essa ‘tecnologia’ começa no MDB, durante a ditadura, que obrigou todo mundo a ficar num único partido de oposição. Forças completamente heterogêneas e incompatíveis tinham que se entender dentro do mesmo partido.
JU – Isso tudo resulta nessa crise de representatividade que vive o país?
NOBRE – Há uma crise de representação, com certeza, mas você não pode ter a concepção de uma representação clássica. A sociedade contemporânea, do final do século XX e início do século XXI, inventou formas de representação e participação que não se restringem ao legislativo e à eleição de cargos no executivo. Com certeza, o que está se dizendo [nas ruas] é que as diferentes formas de participação, não só do legislativo e do executivo, não estão funcionando.
JU – É como se a representação estivesse sofrendo uma “mutação”?
NOBRE – Ela está se transformando há algum tempo. O que acontece nas revoltas, é que elas dizem que não está funcionando em nenhum nível. Nem no conselho de segurança do bairro, nem no conselho de saúde da cidade. O horizonte se abriu com as manifestações. Se olharmos a proposta do governo, essa coisa que era constituinte e agora é um plebiscito, está sendo moldada e discutida conforme é encaminhada. Não é uma ideia fechada. Está ocorrendo uma disputa política de como podem ser encaminhados os problemas levantados pela sociedade. A sociedade disse: se vocês quiserem continuar sendo o sistema política brasileiro, vão ter que mudar.
JU – Inicialmente, vários setores da sociedade, como a imprensa, partidos políticos, os próprios políticos e o governo, não compreenderam bem o que estava se passando, alguns chegaram a criticar as mobilizações...
NOBRE – O sistema político, como um todo, ficou atônito e não conseguiu entender as manifestações. Por que isso aconteceu? Vamos voltar ao impeachment do Collor e para as “Diretas Já”. O que temos nas “Diretas Já”? Uma frente contra a ditadura. Você tem uma espécie de unidade forçada, na qual as pessoas deixam as diferenças de lado para um objetivo comum. No impeachment é a mesma coisa. É isso que chamo de “unidade progressista”. As pessoas deixam de lado as suas diferenças políticas, as razões pelas quais foram às ruas, em razão do impeachment. Se olharmos para as revoltas de junho, não há unidade. Não é organizada por nenhum partido, movimento social de massa, por sindicato, por ninguém. Não há palanque. Pela primeira vez temos um protesto que não tem essa unidade forçada, que caracterizou esse processo de redemocratização brasileiro. Não falo em unidade, falo em traço de união das diversas revoltas porque elas têm isso em comum: ser um processo contra um sistema enquanto tal como ele está funcionando, ou seja, contra o “peemedebismo”. Não tem mais unidade e isso significa que acabou nosso processo de redemocratização. Isso é bom. As forças políticas estão juntas na rua, mas são, às vezes, incompatíveis, e estão ali também para disputar o sentido desse movimento.
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Leia também:
O que vemos nas ruas?
O que o futuro nos reserva?

Veja também sobre o tema:
Vídeo - TV Unicamp
Programa Diálogo sem Fronteira, com o tema Movimentos Sociais no Brasil Atual 
Participação do filósofo, sociólogo e cientista político José Augusto Guilhon Albuquerque, e apresentação do historiador e arqueólogo Pedro Paulo Funari 
Fonte:

O que o futuro nos reserva?

O que o futuro nos reserva?








Uma rápida pesquisa na internet revela que uma frase da história do país “ressuscitou” a partir de 17 de junho, quando houve o primeiro recorde simultâneo de manifestantes nas ruas. “A única coisa que mete medo em político é o povo na rua”, dizia o político Ulysses Guimarães (1916-1992), presidente da Assembleia Constituinte de 1987-1988. Dita no contexto daquele período, a frase tem sido usada por todo tipo de usuário na rede mundial de computadores. De fato, a última semana de acontecimentos no país demonstra bem os motivos da redescoberta dessa máxima que pareceu “dormir” por décadas.

Ouvidos pelo Jornal da Unicamp no decorrer dos desdobramentos recentes, professores das áreas de sociologia, ciências sociais, filosofia e economia, traçaram caminhos possíveis para as manifestações de rua: a força dos protestos poderia acabar e resultar em desarticulação; ou a agenda, de alguma forma, poderia ser absorvida pelo país. Até o momento, este último parece ser o rumo tomado, para o futuro, pelas manifestações que ocuparam ruas do Brasil.
“Nenhum político sabe hoje o que vai acontecer com ele amanhã”, afirmou o sociólogo Ricardo Antunes, professor da Unicamp. “Nada sabemos sobre o futuro desses movimentos, pois estamos no calor dos acontecimentos, mas, quaisquer que sejam suas consequências, o país não será mais o mesmo. Saímos do cenário letárgico que nos encontrávamos. Os movimentos existentes no mundo, todos eles, da Tunísia à Turquia, da Espanha aos EUA, passando pela Grécia, Itália, Portugal, Reino Unido, demonstram que começam a florescer e exercitar manifestações mais suscetíveis às ações de massa, de grande envergadura, nas praças e ruas públicas; mais plebiscitárias e menos institucionalmente representativas. Embora elas tenham uma conformação frequentemente policlassista, seu centro, seu eixo mais acentuado, se encontra nas forças populares. E, em grande medida, expressam um profundo descontentamento com o modo de vida destrutivo que hoje domina, no qual quase tudo se tornou mercadoria, da saúde à educação, da política ou transporte.”
Para entender o que já mudou, basta observar o noticiário dos dez dias posteriores a 19 de junho, quando a Prefeitura e o Governo de São Paulo reduziram o preço das passagens do transporte urbano, atendendo à reivindicação que serviu como estopim para os protestos, sob a bandeira do Movimento Passe Livre (catalisador das mobilizações que levaram milhares de brasileiros às ruas). Desse anúncio em diante, 14 capitais no total reduziram tarifas; o aumento do pedágio em 15 rodovias federais foi suspenso, situação igual à das estradas estaduais de São Paulo; e o preço da energia elétrica não subiu no Paraná, entre outras novidades, para falar apenas das ações sob a competência do poder Executivo. No dia 26 de junho, a Prefeitura de São Paulo cancelou uma licitação de ônibus estimada em R$ 46 bilhões em 15 anos.
“Num quadro otimista, podemos pensar que os governos irão encampar demandas de melhorias substanciais na saúde, na educação, no transporte, no gasto público, com demandas que revertem efetivamente para a maior parte da população”, disse o sociólogo Marcelo Ridenti, da Unicamp, ouvido logo após a decisão sobre a passagem em São Paulo, e antes dos demais desdobramentos citados, antevendo o que ocorreria, de fato, no país.
No dia 24 de junho, a presidente Dilma Rousseff anunciou um pacote de medidas, que chamou de “pactos em favor do Brasil”, propondo um plebiscito (primeiro, sobre uma assembleia constituinte exclusiva; depois, apenas sobre a reforma política), transformar a corrupção em crime hediondo, investir mais na mobilidade urbana e na saúde (incluindo a contratação de médicos estrangeiros), desonerar impostos do setor de transportes públicos e destinar 100% dos royalties do petróleo do pré-sal para a educação. O pacote incendiou o debate político.
“A questão da mobilidade urbana entrou na agenda política como uma importante questão de política pública”, avaliou o economista Gustavo Zimmermann, da Unicamp. “A partir dessa nova agenda que na realidade é mais ampla e inclui a implantação de um verdadeiro ‘Estado do Bem Estar’, a profundidade das ações nestas áreas dependerá de um longo aprendizado dos setores até hoje marginalizados e dos operadores do Estado que muito raramente enfrentaram as questões de qualidade.”
Na esfera do Legislativo, questões que se arrastavam há anos foram resolvidas em dias. A proposta de emenda constitucional número 37, apresentada em 2011 e que limitaria o poder de investigação do Ministério Público, caso fosse aprovada, foi derrubada em 25 de junho pelo placar de 430 (dos 513 deputados federais) a 9 – e dois destes disseram que erraram ao votar. Quando ela chegou ao Congresso, no calor dos acontecimentos do “Mensalão” e de outras investigações, a proposta recebeu 207 assinaturas favoráveis e dependia de 308 votos para ser aprovada. A bandeira da PEC-37 surgiu nas ruas, entre as diferentes pautas lançadas. “Passamos por uma situação desfavorável de opressão e pressão. Só que um vento divino mudou tudo. Na undécima hora, quando tudo parecia perdido, o povo foi às ruas. Precisamos agradecer a população”, disse o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho, em entrevista ao jornal O Globo. Ao ser questionado sobre o futuro do país depois das manifestações de junho, o cientista político Luiz Werneck Vianna, da PUC-RJ, disse que a mobilização popular deveria ser absorvida, assimilada, e não poderia ser negada. “Tem que ser como na luta do judô, quando se usa a força do adversário contra ele. É uma metáfora um pouco ruim, porque não é para virar contra ele, mas para virar em favor de uma solução que traga toda essa energia que as ruas manifestaram para o reforço da vida institucional.”
Outro projeto aprovado a reboque dos acontecimentos, após dois anos de tramitação, muda o Código Penal e transforma em crime hediondo os delitos de corrupção (ativa e passiva) e de concussão. Votado no Senado, a alteração seguiu para votação na Câmara. Outra novidade, foi a aprovação da aplicação de royalties do petróleo para a educação (75%) e saúde (25%), além da desoneração de tributos incidentes sobre o transporte público municipal.
“O nível de mobilização, hoje, é excepcional. No entanto, ele será, num futuro próximo, muito superior ao dos últimos dez anos. Pode ser que haja uma acomodação, mas ela ocorrerá num patamar muito superior ao que era”, avaliou o sociólogo Ruy Braga, da USP. Segundo o professor, as redes sociais, em particular o Facebook, tornaram-se um meio para expressar o aprendizado político dos setores mais jovens.
Coincidência ou não, na esfera do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou (26/06) à prisão imediata o deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO) por desvios de recursos na Assembleia Legislativa de Rondônia nos anos 90, na primeira decisão desse tipo desde o final do regime militar. O parlamentar estava condenado desde 2010, pelo próprio STF, e vinha recorrendo da decisão. Ele foi preso no dia 28 de junho.
Ao falar sobre o futuro do país, o professor do Instituto de Economia da Unicamp José Dari Krein elencou três questões que merecerão atenção do setor público: melhorar os serviços públicos, realizar uma reforma política para incorporar outras formas de organização e democratizar a comunicação no país. “Somente 40% da população brasileira está conectada na internet, o que também expressa, até o momento, um perfil dos que estão nas ruas. A democratização da mídia e do acesso na internet ainda não é uma realidade no país.”
No contexto atual, o pior cenário imaginado pelo professor de filosofia José Arthur Giannotti, da USP, seria o aparecimento de um “salvador da pátria”. “Vivi a época de Jânio Quadros, a época Collor, estava sentindo que estamos entrando em um impasse no qual aparece um ‘salvador da pátria’, o que seria a pior solução possível”, disse. “Ao invés desse desastre, creio que a melhor solução seria criar uma frente parlamentar interpartidária com uma agenda precisa de reformas, sempre com apelo popular.”
Diante de acontecimentos tão inusitados e novos na cena política brasileira, e nas ruas, o filósofo Roberto Romano, da Unicamp, propõe uma nova visão de pesquisa para entender a mobilização. “Todos os conceitos que nós temos em termos sociológicos, históricos, por exemplo, deveriam ser suspensos para que pudéssemos realizar uma fenomenologia do que está acontecendo, uma descrição, a mais exata possível, de todas as tendências, de todas as reinvindicações, de todas as iniciativas que estão aparecendo, para que possamos, daqui um tempo, ter condições de entender razoavelmente o que está acontecendo”, afirmou. (Alessandro Silva)

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Fonte:
http://www.unicamp.br/unicamp/ju/567/o-que-o-futuro-nos-reserva